A trilha sonora no cinema vai muito além de um mero acompanhamento musical, sendo responsável por moldar emoções e dar profundidade à narrativa audiovisual. 

Para o maestro Rafael Righini, compositor e especialista no assunto, ela é uma dimensão fundamental da experiência cinematográfica. “É uma outra dimensão do produto audiovisual”, afirma Righini. Segundo ele, a trilha sonora confere sentido à produção, integrando percepção sonora e visual para transmitir ao espectador sensações como medo, alegria ou apreensão.

Mais do que músicas, uma trilha sonora abrange um universo diversificado, composto por vozes, ruídos e até mesmo o silêncio, cada qual com sua função narrativa. Filmes como “Apocalypse Now” e “Tubarão” ilustram o uso magistral desses elementos para manipular emoções e criar tensão. “Todo o processo de criação começa no roteiro. 

Esse seria o ponto de partida para a produção de uma trilha sonora, já que todas as informações sobre a obra estariam descritas no documento”, explica Righini, destacando a importância de alinhar música e narrativa desde o início da produção.

O silêncio também desempenha papel crucial no cinema, sendo capaz de aguçar a percepção do espectador e intensificar a experiência emocional. Em “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick, sua presença impactante transmite reflexão e cria tensão nos momentos mais cruciais. “O silêncio pode separar eventos sonoros, refletir a realidade da narrativa ou provocar suspense e introspecção”, conclui o maestro. Assim, trilhas sonoras bem construídas consolidam sua importância não só dentro das telas, mas também como peças de arte que transcendem o cinema.